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Ferramentas para o Enredo e a Estrutura

Todo profissional tem um conjunto de ferramentas para ajudá-lo em seu trabalho. Para um escritor não deve ser diferente. Veremos então algumas ferramentas usadas por vários escritores que podem ajudar você também.

– A Técnica da Novela
Porque as pessoas ficam grudadas na frente da televisão assistindo novela por meses? O que as segura por tanto tempo e como você poderia segurá-las na frente do seu livro?
1 – Não resolva nada muito cedo. Levante questões e atrase as respostas de uma forma que mantenha os leitores interessados em continuar.
2 – Se seu enredo permitir, corte a cena em um momento que deixe o leitor pendurando, e pule para outra cena. E então deixe essa cena do mesmo jeito.

– O Diário de Enredo
Faça um diário sobre os personagens da sua história. Não precisa fazer um diário completo, mas pare alguns minutos e escreva algumas páginas sobre ele, ou escreva o que ele escreveria. Isso certamente te dará material para a sua história.

– O Movimento “O Cara com a Arma”
Raymond Chandler disse certa vez que, quando sua história começa a ficar chata, ou ele não sabe como continuar, ele coloca com cara com uma arma no meio da cena.
Claro que não precisa ser um homem armado, mas a ideia é colocar qualquer elemento imprevisível para agitar a cena: a chegada de um telegrama, um alarme toca, um cão morde alguém, o herói é demitido. Isso ajudará a quebrar as barreiras. Quando tiver desenvolvido mais alguns capítulos, você pode tentar tirar esse elemento e rearranjar a cena, agora com uma melhor visão de para onde ir.

– A Mudança para o Capítulo 2
Muitas vezes, nós escritores começamos nossa história de forma expositiva. É normal querer mostrar o cenário para o leitor e deixar a ação para o segundo capítulo. Se esse for o caso, tire o capítulo 1 do livro e comece direto pelo capítulo 2. Se necessário, coloque o capítulo, ou partes dele, depois.

– O Inesperado
Hoje em dia nossa audiência tem acesso a muitos livros, filmes e séries. Isso os torna muito mais sintonizados com enredos, tornando possível que prevejam muita coisa com antecedência. Seu trabalho é mesmo assim criar algo inesperado.
Nossa mente está cheia de clichês (os mesmos que estão nas cabeças dos leitores), por isso, quando você escrever a primeira cena que vier em sua cabeça, é muito provável que isso seja um clichê. Então tente escrever outras possibilidades: imagine três, quatro, cinco coisa que poderiam acontecer.

– A Regra do Rifle Invertida
O dramaturgo Anton Chekhov disse certa vez que, se você vai assistir uma peça, e, quando as cortinas se abrem, tem um rifle na parede do cenário, significa que esse rifle será usado em algum momento da peça.
Como escritor seu trabalho é fazer o processo inverso: se em algum momento do livro você precisará usar um rifle, é melhor plantá-lo no ato 1. É como nos filmes do 007. Todas as engenhocas exóticas que ele usa durante o filme são apresentadas no começo do filme, para a audiência não ficar com cara de “mas de onde ele tirou isso?”.

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Sobre Carolina

Carolina
Apaixonada por livros, estudante de Letras e escritora em treinamento.

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